O povo da minha terra
Por muito se assustou
No dia que nosso rio
Com eles se revoltou
Sujeiras nas suas margens
Esgotos dentro do leito
Casas e baixas de capim
Completavam o desrespeito
O rio não tinha espaço
E suas águas só aumentando
E o povo desesperado
Da sua margem se mudando
Um corre, corre e um alvoroço
Como esse povo nunca viu
Foi a única vez em que eu vi o meu povo
Ter respeito pelo rio
Nossas ruas alagadas
Nosso povo uma tristeza
E o nosso rio desaguando
A força da natureza
Hoje está até pior
De lá pra cá nada foi feito
Tem mais lixo em suas margens
Tem mais baixas em seu leito. (...)
Parece que o meu povo
Não aprendeu a lição
Ou é burro de nascença
Ou teimoso e sem noção!
Pois as chuvas estão chegando
E que o inverno tenha dó
Desse povo ignorante
Que não aprendem o que é melhor.
Ser político ou urubu
Tudo é igual em minha cidade
Um espera por carniça
O outro por calamidade.
Quando a coisa tá pegando
Lá estão no meio do povo
Fingindo ser solidários
Com um babão em cada ovo.
Chama a imprensa, faz promessa
Diz que tudo vai resolver
Mas até hoje não tem nada
E nem eu sei quando vai ter!
Manchão 28/12/11
Nenhum comentário:
Postar um comentário